"Quando era pequeno tinha a cabeça cheia de John Waynes e Errol Flynnes. Percebi que a dimensão das suas aventuras era proporcional à dos desertos e mares que atravessavam. Deitava-me sobre as cartas do «Gran Atlas Aguilar», que tendo 80cm eram quase da minha altura, para procurar esses territórios vazios.
Voltei aos mapas do «Atlas» para explorar uma incerteza científica: territórios concretos, delimitados e definidos por uma retícula de paralelos e meridianos, que entre as suas malhas não apanharam qualquer matéria utilizável para cumprir o seu propósito: achar-nos.
Voltei aos mapas do «Atlas» para explorar uma incerteza científica: territórios concretos, delimitados e definidos por uma retícula de paralelos e meridianos, que entre as suas malhas não apanharam qualquer matéria utilizável para cumprir o seu propósito: achar-nos.
Respeitando as divisões que a cartografia impõe, fui verificando uma quadrícula cheia de espaços sem referências, de não-lugares (utopos) que não sendo nada, podem vir a ser tudo."
Valter Ventura, Fevereiro de 2013
Valter Ventura, Cartas do Vazio do projecto Compêndio do Nada, 2013 |
no Carpe Diem, Lisboa, 2013 |
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