quinta-feira, 8 de abril de 2010

António Reis e Margarida Cordeiro, de 9 a 18 de Abril na Panorama



É xisto de casas que apanho do chão. É uma tábua que prego e uma candeia que acendo. É uma talha que
lavo, uma azeitona que corto.


Um vento que estendo.

É um baldio que escavo. Uma gadanha que afio. Uma encosta que subo e um tempero que lembro.


É uma trança que solto.
Um escano que fecho,
que não vendo,

e uma roca que fio...




ANTÓNIO REIS
Trás-os-Montes – Junho de 1969


«"Era amor." Não há outra forma de falar do trabalho de António Reis e Margarida Cordeiro. Juntos fizeram uma obra mítica do cinema português, filmada sobretudo em Trás-os-Montes. Agora, 18 anos depois da morte dele, ela vive numa aldeia retirada do mundo. Ou não?...

...Trás-os-Montes, o primeiro filme que assinou com António Reis, tornou-se uma referência para toda uma geração, e 33 anos depois da estreia continua a ser a súmula de algo português. "Para um povo e para um país à procura de si próprios", escreveu João Bénard da Costa, "é uma das poucas pedras do caminho que nos pode ajudar a reencontrar a direcção".

...a 4ª mostra do documentário português Panorama (Cinema São Jorge, Lisboa, 9 a 18 de Abril) vai destacar a obra de António Reis e Margarida Cordeiro e serão exibidos os quatro filmes: Jaime (ainda só assinado por Reis), Trás-os-Montes, Ana e Rosa de Areia.

O Projecto seguinte seria a adaptação da obra-prima do mexicano Juan Rulfo, Pedro Páramo (edição portuguesa na Cavalo de Ferro), mas Reis morreu em 1991. Margarida quis continuar a ideia, chegou a ir ao México fazer pesquisa, mas recebeu recusas sucessivas de subsídio até o filme ser aprovado. Nunca chegou a ser feito.»



ConsultarPanorama
entrevista ao Público de Margarida Cordeiro, Novembro 2009
blogue com a obra de António Reis e Margarida Cordeiro

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