terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pavlina e o Dr. Erlenmeyer de João Penalva


Destacando da mostra de João Penalva no Chiado 8 que terminou a 25 de Junho, o "filme" Pavlina, numa exposição coerente e de ambiente museológico denso e profundamente encenado onde um som estranho nos acompanha, numa antecipação do culminar desta exposição, repleta de relações criadas entre dois pólos: um físico, Dr. Erlenmeyer que trabalhou o conceito da base da naftalina e Pavlina uma bióloga reformada que se dedicou ao estudo das traças e que participou numa pesquisa sobre os sonhos de reformados, relatando o seu.
O sonho de Pavlina é apresentado textualmente por meio de um projector analógico, numa sala escura, cujo silêncio é quebrado apenas pelo som da passagem sequencial dos slides, e onde o tempo existente entre um slide e outro aliado à escuridão nos dão a premissa de jogarmos com as nossas memórias criando um universo individual a que a dada altura se junta mais um elemento, um filme estranho, onde nos surge uma traça em grande escala, ao mesmo tempo que um som desconcertante que se assemelha ao de "uma turbina de um avião" emerge, e que nos é familiar, pois era este o mesmo som que ouvimos ao longo do percurso até aqui chegarmos. Desconhece-se a autoria do filme mas a sobreposição do sonho de Pavlina com este perturbador filme aliado ao universo individual de cada um, construído no tempo, fizeram desta instalação o ponto alto da exposição.


imagem: www.articoweb.it

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