É uma viagem belíssima contada com base no estudo antropológico de Eduardo Viveiros de Castro com os Araweté, povo tupi-guarani, que habita junto ao rio Ipixuna conhecidos por "índios de olhos verdes", uma escrita extremamente límpida que nos conta a sua mitologia, como os humanos, os "bide", foram abandonados pelos deuses, em que uns fugiram para os dois céus, outros se afundaram nas águas, criando o subterrâneo e deixando-os para trás, ainda que estejam sempre em contacto com eles. Relata as adversidades com que lutaram nomeadamente as doenças dos homens brancos, os ataques dos Parakanã, e a forma como acabaram por coexistir com ambos, embora a luta com o homem branco permaneça até aos dias de hoje, estando confinados a um território de onde não podem sair, pondo em risco a sua sobrevivência e cultura. Conta-nos das suas casas e pátios, de como as plantações de milho são determinantes para a contrução das aldeias, descreve a temporada do mel e as coletas, fala-nos das amizades, da relação entre apíhi-pihã, dos pagés e da sua importância no seio da tribo, e de como esta tribo não possuí um lider no conceito comum, o livro vem ainda com fotografias que nos mostram os Araweté no seu quotidiano: na tecelagem, na cestaria, na pescaria, nas festas e na floresta.
Livro:
Araweté, O Povo do Ipixuna, Eduardo Viveiros de Castro, Museu Nacional de Etnologia, Assírio & Alvim.
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