quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Siza Vieira e Souto de Moura nos Jardins de Kensington

Este artigo não é recente pelo contrário, trata-se de um artigo da Magazine Artes publicado em Novembro de 2005 e que eu separei na época e coloquei num dos meus dossiers, onde vou guardando o que me interessa dentro de obras de artistas, arquitectura, lugares, textos, coisas do género, e ao dar uma vista de olhos, há uns dias, resolvi separá-lo. É um projecto de Siza e Souto Moura com Cecil Balmond comissariado pela Serpentine Gallery, que anualmente dá visibilidade a uma exposição de arquitectura, materializada num efémero pavilhão contíguo à galeria, e essa é a parte triste deste projecto, "efémero".



















A Serpentine Galery, situada nos Jardins de Kensington, começou por ser uma casa de chá e transformou-se numa das mais populares galerias londrinas por onde já passaram exposições de Louise Bourgeois, Man Ray ou Cindy Sherman entre outros, iniciando em 2000 este projecto de dar visibilidade a arquitectos internacionais de renome que nunca tivessem executado uma obra no Reino Unido até à data da exposição e assim surgiu o convite a Siza Vieira que juntamente com Souto de Moura (o arquitecto da Casa das Histórias) desenharam este magnifico pavilhão que dialogava com os jardins e a galeria. A estrutura nasce de uma simples grelha rectangular que foi destorcida criando uma dinâmica que se assemelha ao "dorso de um animal",  a estrutura curva é construída em madeira e revestida por acrílico, cada placa de acrílico possuía um pequeno tubo que funcionava como ventilador e que no topo do edifício tinha agregado pequenas células solares que transformavam os raios de sol em luz de presença à noite, ideais para assinalar as sessões de cinema que por alí se passavam. De dia o pavilhão era um salão de chá onde se podia fazer uma refeição ligeira, e que recebia a passagem momentânea de ciclistas uma vez que a estrutura albergava o prolongamento da ciclovia, assim como as crianças que entravam a correr pelas aberturas inferiores de 1,30m que suspendiam o acrílico, que revestia a estrutura, permitindo a quem estava nas mesas poder ter contacto visual com o jardim, a existência do acrilico criava uma difusão das imagens que as transformava em quase pintura, lembrando Noronha da Costa e produzindo uma luz âmbar no interior do espaço.


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